We Were Promised Jetpacks – These Four Walls

EXPLICAÇÕES E DESCULPAS INICIAIS

Antes de tudo queria pedir desculpas por duas coisas: a falta de postagens (minhas pelo menos) e por não ter feito a mixtape do mês passado. Acabei não podendo postar por vários motivos, mas entre eles se destaca um principal: faculdade. Estou tendo provas que nem doido então tá difícil de conseguir arrumar tempo pra finalizar as postagens. Bom, porém nunca prometi que isso aqui seria um oceano imenso de postagens a cada cinco minutos, porque o Garagem é muito mais um hobby meu e dos outros do que um trabalho.

Agora sobre a mixtape, como não tivemos muitas postagens mês passado, eu vou fazer então uma mixtape no final de maio que vai englobar as publicações dos dois meses (abril e maio). Portanto aguardem o post. Nesse tempo todo que eu não postei eu estive elaborando uma review sobre uma banda que eu gosto muito mas não tive muito tempo para escrever, só consegui finalizar ela hoje mesmo.

Agora sem mais, vamos para a tão esperada (ou não) review de We Were Promised Jetpacks:

O QUE REALMENTE INTERESSA

1º final de semana do Coachella, o atual maior festival de música do mundo, que ocorre todo ano em Indio, California. Devido a minha agenda de atividades agitada no final de semana (só que ao contrário), passei assistindo os shows que foram transmitidos. Como de costume, quase todos os shows foram excelentes, porém entre eles se destacaram: Real Estate, Destroyer, Manchester Orchestra, SBTRKT, Explosions in the Sky, Bon Iver e finalmente: We Were Promised Jetpacks.

We Were Promised Jetpacks (WWPJ) é uma banda de Edinburgo, Escócia. Formada em 2003, o quarteto só atingiu um certo reconhecimento depois do lançamento do seu primeiro álbum de estúdio em 2009, These Four Walls. O estilo da banda pode ser colocado como um garage rock “melancólico”, uma sonoridade que tem acompanhado muitas bandas surgidas na cena alternativa da Escócia, entre essas bandas estão principalmente Frightened Rabbit, Twilight Sad e There Will be Fireworks. Os músicos dessas bandas inclusive fizeram algumas participações especiais tocando juntos e tudo mais, o que mostra bem as semelhanças entre elas.

Essa denominação “garage rock melancólico” não deixa transparecer muito bem como é a real sonoridade de WWPJ, por isso eu tento encontrar uma expressão que deixe transparecer bem a atmosfera da banda, porém não consigo achar nada que me agrade(Se algum leitor quiser comentar alguma expressão ou classificação que ache adequado, sugestões serão muitíssimo bem vindas).

Uma das características mais marcantes de We Were Promised Jetpacks são os vocais com esse sotaque extremamente forte, uma característica que infelizmente se repete muito nessas bandas escocesas, isso me leva a duas hipóteses: 1-Eles estão cantando naturalmente sem forçar 2-Eles estão forçando o sotaque para atrair o público de outros países que adora esse som “diferente”. Tudo me leva a crer que a segunda hipótese é a realidade, pois essa história de usar um sotaque nas músicas é uma coisa bem antiga e comum, podemos ver isso principalmente com essa explosão de bandas alternativas britânicas carregando fortemente o sotaque porque esse som é algo que vende (e muito bem por sinal) em terras além das ilhas bretãs.

As letras das músicas chegam a ser interessantes, porém a temática não altera muito durante o álbum, grande parte das músicas usam uma casa ou um ambiente domiciliar como espaço de ocorrência dos fatos, o que pode ser visto principalmente em “This is my House, This is my Home” onde repete-se a frase: “Somethings happened in the attic, There’s no way I am going up there” e também na música “Quiet Little Voices” onde se canta: “Quiet little voices creep inside my bedroom wall”. Isso tem grande relação com o nome do álbum “These Four Walls”, ou seja, “essas quatro paredes” fazendo alusão a uma casa ou um quarto.

As músicas tratam principalmente de alguém atormentado pela paixão, e por pensamentos que o deixam paranóico com tudo. São músicas que descrevem aqueles momentos onde estamos sozinhos em nosso quarto tentando não pensar em nada, porém a solidão só traz mais pensamentos que ocupam a cabeça e você começa a pensar em coisas e situações absurdas.

No que diz respeito a qualidade musical da banda, não é nada de grandiosíssima virtuosidade nos instrumentos, porém sabemos que não é a técnica que determina a qualidade de uma banda, vide Neil Young. Contudo, o esquema e as progressões não variam muito e até mesmo os vocais gritados que deixam WWPJ ser mais interessante acabam por se tornarem repetitivos demais.

GOLPE FINAL

We Were Promised Jetpacks não traz nenhuma inovação na sonoridade ou na temática, consegue muitas vezes ser uma banda um tanto cansativa de se ouvir devido ao seu som um tanto genérico quando comparado com as bandas atuais. Porém é importante notar que ela assim como Frightened Rabbit e Twilight Sad ajudaram a consolidar esse tipo de som que é hoje tão comum, pois eles vêm fazendo esse som faz um certo tempo já, ou seja, não entraram na hype, porém ajudaram a consolidá-la.

Ainda assim é uma boa banda para se ouvir, e incrível quando ao vivo (assistam o vídeo mais abaixo para conferirem). Um álbum um tanto genérico para os padrões atuais, porém na época que foi lançado era algo muito agradável aos ouvidos. Temos várias músicas boas no decorrer do disco como o incrível opener: “It’s Thunder and It’s Lightning”, seguido de “Ships With Holes Will Sink”, “Conductor” e “Quiet Little Voices”, ou seja, existe algo muito bom que vem de We Were Promised Jetpacks, porém não é suficiente para se destacar nos dias de hoje.

Quando forem ouvir, ouçam com ouvidos de 2009, e não com ouvidos de 2012 afinal hoje já estamos cansados dessa mesmice, precisamos de bandas que inovem e explorem a música. Ninguém mais aguenta essa marketização da música antes dita alternativa, pois quando a alternativa se torna a regra geral, ela perde seu caráter fundamental, a originalidade.

 

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